Leituras poéticas – Capítulo 36
Em busca da semente
Inspiração
Por Majda
Hamad Pereira
O cheiro do vento
Vem do tempo
Da flor
No momento
Da sedução.
Reflexão – Uma leitura possível do poema:
Inspiração
Em 'Inspiração',
Majda Hamad Pereira nos convida a uma imersão sensorial. Através de um jogo de
imagens poéticas e de uma concisão impactante, a autora evoca um universo
multissensorial, onde sensações e emoções se entrelaçam. A escolha de palavras
como 'cheiro' e 'sedução' revela uma busca por uma linguagem que transcende o
literal, convidando o leitor a uma experiência estética singular. A estrutura
concisa dos versos, por sua vez, intensifica o impacto emocional da poesia,
exigindo do leitor uma participação ativa na construção dos significados.
O cheiro do vento
A jornada poética
se inicia com a força sensorial do "cheiro do vento", imagem que
evoca a leveza, a liberdade e a imprevisibilidade da inspiração. O olfato,
sentido primordial, nos conecta à natureza e à experiência sensorial do mundo,
preparando o terreno para a manifestação da inspiração.
Vem do tempo
A origem da
inspiração se revela no tempo, expandindo a imagem inicial. O tempo, aqui, pode
ser interpretado como a memória, a experiência acumulada ou a própria natureza
cíclica da vida. A conexão entre o vento e o tempo sugere que a inspiração é
atemporal, presente em todas as épocas, como um sopro que atravessa os séculos.
Da flor
A imagem da flor
surge como um elemento de beleza, delicadeza e fragilidade, simbolizando a
natureza efêmera da inspiração. A conexão entre o vento, o tempo e a flor
sugere que a inspiração se manifesta nos momentos de beleza e harmonia, como um
presente da natureza para a poetisa.
No momento da sedução
O clímax da
inspiração se revela no "momento da sedução", um fascínio, um
encantamento, uma atração irresistível que exerce sobre o poeta. A conexão
entre a flor e a sedução sugere que a inspiração se manifesta nos momentos de
paixão e entrega, quando a poetisa se rende à sua força criativa.
Leituras...
O cheiro do vento vem do tempo
A metáfora do
'cheiro do vento' que vem do 'tempo' é central em 'Inspiração'. A autora, de
forma poética, estabelece uma conexão profunda entre o presente e o passado,
sugerindo que o vento carrega em si as marcas do tempo, como memórias e aromas.
Essa imagem sensorial não apenas apela para o nosso olfato, mas também evoca
uma sensação de nostalgia e saudade, convidando-nos a uma reflexão sobre a
passagem do tempo e a importância das nossas lembranças.
Da flor no momento da sedução
A imagem da 'flor
no momento da sedução' é uma metáfora rica em significados. A flor,
tradicionalmente associada à beleza e à fragilidade, aqui representa a
efemeridade da vida e a intensidade do instante presente. O ato de 'seduzir'
adiciona uma dimensão de sensualidade e desejo à imagem, criando um contraste
entre a beleza e a decadência. Essa combinação de elementos evoca no leitor uma
gama de emoções, desde a admiração pela beleza até a melancolia pela sua
transitoriedade.
A construção de identidade
A evocação de
memórias e sensações do passado, através do 'cheiro do vento', conecta a poesia
à experiência humana universal. A nostalgia, sentimento
presente em todos nós, é aqui explorada como um elemento fundamental na
construção de nossa identidade. Ao evocar o passado, a poesia nos convida a
refletir sobre como nossas experiências moldam quem somos.
Por fim
A poesia
'Inspiração' é uma obra que nos convida a uma reflexão sobre a nossa própria
experiência do mundo. A autora cria um universo simbólico que nos convida a
explorar as diversas facetas da existência humana. A exploração de temas como o
tempo, a beleza e a efemeridade nos leva a questionar nosso lugar no mundo e a
importância de cada momento.
Poeta Hiran de Melo
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