Leituras poéticas – Capítulo 39

 


Em busca da semente

Estou...

 

Por Majda Hamad Pereira

 

Estou como

Se fosse o vento

Ao sabor das estações

A mercê do tempo

Refém das ilusões.

 

Reflexão – Uma leitura possível do poema:

 

Estou...

 

Já parou para pensar como a vida às vezes é igual ao vento? A poeta Majda Hamad Pereira te faz fazer essa reflexão em só cinco versinhos. Ela se compara ao vento para mostrar como a gente é frágil e muda o tempo todo. Em 'Estou...', a autora tece uma delicada trama poética que explora a fragilidade e a mutabilidade da existência humana, convidando-nos a uma profunda imersão em seus pensamentos e sentimentos.

 

Estou como

Se fosse o vento

 

Quando a poetisa se compara ao vento, ela está dizendo que a gente é igualzinha: a gente vai para onde o vento levar! A vida nos leva para lá e para cá, e a gente nem sempre tem controle sobre isso. A metáfora do vento é perfeita para falar sobre a vida. Assim como o vento sopra por todos os lados, a gente também está sempre em movimento, mudando e se transformando.

 

Ao sabor das estações

 

Quando a poetisa fala das estações do ano, ela está mostrando que a gente é igualzinha: a gente muda de humor de acordo com o tempo. Assim como as folhas caem no outono e florescem na primavera, a gente também passa por fases diferentes na vida. As estações do ano são como capítulos da nossa história, e a gente também faz parte desse ciclo. A poetisa usa as estações para mostrar que a vida é cheia de altos e baixos, mas que a gente sempre encontra uma maneira de se adaptar às mudanças.

 

A mercê do tempo

 

Quando a poeta fala em 'à mercê do tempo', ela quer dizer que a gente está nas mãos do tempo. É como se o tempo fosse um rio e a gente, um barco sendo levado pela correnteza. O tempo é um gigante que a gente não pode vencer. A poetisa se sente pequena e impotente diante da força do tempo, assim como todos nós. Essa sensação de estar à mercê do tempo é algo que todos nós já sentimos em algum momento da vida.

 

Refém das ilusões

 

Quando a poetisa fala em 'refém das ilusões', ela está dizendo que a gente às vezes se agarra tanto nos nossos sonhos que esquece que a vida real pode ser bem diferente. É como se a gente vivesse em um mundo de fantasia. As ilusões são como bolhas de sabão: bonitas e coloridas, mas que um dia se rompem. A poetisa nos mostra que a gente costuma criar um mundo perfeito na nossa cabeça, mas a realidade é bem mais complexa. A frase 'refém das ilusões' revela que a gente nem sempre consegue lidar com as decepções da vida.

 

Leituras...

 

A Fragilidade Humana nas Ondas da Vida

 

A vida, sob a ótica da poetisa, revela-se como uma jornada imprevisível, oscilando entre alegrias e desafios, tal qual uma montanha-russa. Nessa trajetória, a fragilidade humana se manifesta, comparável a um barco à deriva em um mar revolto, exposto às intempéries da existência. A poetisa expõe a nossa vulnerabilidade diante das tempestades da vida, ressaltando a incerteza e a fragilidade como sentimentos universais.

 

Busca e Fluidez

 

A poetisa, ao se equiparar ao vento, metaforiza a incessante busca por identidade num mundo em constante mutação. A imagem do vento evoca a fluidez da existência, onde a identidade se constrói e desfaz, tal qual areia movediça. A poetisa convida à reflexão sobre a própria identidade, que se molda e transforma, desafiando a busca por solidez num mundo eólico.

 

Aceitação da Transitoriedade

 

A Majda, em sua sabedoria, convoca à dança da impermanência, libertando-nos dos grilhões do apego e convidando-nos a abraçar a constante metamorfose da vida. A existência, em sua semelhança com o surfar, exige o equilíbrio delicado nas ondas do tempo, onde as quedas são inevitáveis, mas também oportunidades de aprendizado. A aceitação da transitoriedade se revela como um abraço caloroso na jornada, com seus altos e baixos, convidando-nos a fluir com a leveza de um rio, apreciando cada instante como um presente único.

 

Por fim

 

Majda Hamad Pereira, em seus versos, evoca a sensação de deriva, a fragilidade humana perante a correnteza da vida. Contudo, em meio à incerteza, vislumbra-se a beleza da jornada, convidando à introspecção. A autora, com sua poesia, acende a chama da reflexão, instigando a busca por significado e a contemplação da condição humana em um mundo de constante transformação.

 

A Majda nos presenteia com um poema que nos faz pensar sobre quem somos e qual o nosso lugar no mundo. É como se ela acendesse uma faísca dentro de nós, nos convidando a refletir sobre a vida e tudo o que ela significa.

 

Poeta Hiran de Melo 


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