Leituras poéticas – Capítulo 32
Em busca da semente
Partida
Por Majda
Hamad Pereira
A garganta muda engasgada
O choro por vir preso
Nos olhos a lembrança deixada
O cheiro...
A saudade envolve maltrata
A carne, o desprezo
E o corpo, ainda firme, desaba.
Reflexão – Uma leitura possível do poema:
Partida
O poema 'Partida'
de Majda Hamad Pereira nos convida a uma imersão nos labirintos da alma, onde a
dor da despedida se entrelaça com a ancestral sabedoria da perda. Através de
uma linguagem poética intensa e evocativa, a autora explora as diversas nuances
da transição, desde a angústia inicial, que ecoa como uma vibração desarmônica,
até a dolorosa tristeza que se instala após a partida, como um véu denso
cobrindo a aura.
A
garganta muda engasgada
O choro
por vir preso
A imagem da
'garganta engasgada' é como um nó que aperta cada vez mais, sufocando as
palavras que querem sair. O 'choro preso' é uma bomba prestes a explodir, mas
que fica presa dentro da gente. Quem nunca sentiu aquela vontade de gritar, mas
as palavras não saem? A poesia nos permite dar voz a esses sentimentos,
transformando a dor em arte.
A sensação de ter
um 'choro preso' é como uma melodia que ecoa dentro da gente, mas que não
consegue ser tocada. A poesia, assim como a música, nos permite transformar
essa melodia em uma canção.
Nos
olhos a lembrança deixada
O
cheiro...
É como se um filme
antigo passasse na cabeça, cada cena mais nítida do que a anterior. E aquele
cheiro? Gruda na pele como chiclete, não sai mais. É uma lembrança que te
persegue por todos os cantos. As lembranças são como fotos amareladas, às vezes
bonitas, às vezes doloridas. Mas todas elas fazem parte de nós.
A poesia nos ajuda
a organizar essas fotos, a criar um álbum da nossa vida. É como se a memória
fosse uma câmera que captura cada detalhe, cada cheiro, cada som. A poesia é a
forma de revelar essas fotos, de compartilhar essas lembranças com o mundo.
A
saudade envolve maltrata
A carne,
o desprezo
É como se um peso
gigante tivesse caído nas costas, te curvando para baixo. A saudade te esmaga,
te deixa sem ar. É um buraco enorme no peito que nada consegue preencher. A
saudade é como um fantasma que te persegue por todos os cantos. Às vezes, ela é
tão forte que dói até o corpo. Mas a poesia nos permite dar um nome a essa dor,
transformá-la em algo belo.
A saudade é como
uma melodia triste que fica tocando na nossa cabeça. A poesia é a forma de
transformar essa melodia em uma canção que pode ser compartilhada com outras
pessoas.
E o
corpo, ainda firme, desaba.
É como se a pessoa
fosse um prédio de cartas, forte por fora, mas frágil por dentro. Uma simples
brisa e tudo desmorona. A dor é tão grande que quebra até o mais forte. A dor é
como um terremoto que abala tudo por dentro. Às vezes, a gente se sente forte, mas
a verdade é que todos somos frágeis.
A poesia nos ajuda
a entender essa fragilidade e a encontrar forças para seguir em frente. É como
uma escultura de areia, linda por fora, mas que se desfaz com o toque. A poesia
nos ajuda a construir monumentos mais duradouros, que resistem à passagem do
tempo.
Por fim
O poema 'Partida' é
do tipo que joga de cara a realidade da perda. A autora escreve de um jeito que
te faz sentir tudo de novo, a angústia, a saudade, aquele vazio que fica no
peito. É como se a 'Partida' fosse a trilha sonora de um filme triste, mas
bonito ao mesmo tempo. A autora pinta um quadro tão real da dor que a gente
quase consegue sentir o cheiro.
A 'Partida' nos
mostra que a perda é algo que a gente não escolhe, mas que faz parte da vida. A
'Partida' é um poema que te marca, que te faz sentir. É como se a autora
tivesse colocado no papel tudo aquilo que a gente sente quando alguém
importante se vai. A 'Partida' é um lembrete de que a vida é feita de momentos
e que a gente precisa valorizar cada um deles. É um poema que te faz pensar
sobre a importância das pessoas que amamos.
E a poesia? A
poesia é como um abraço quentinho nos momentos mais frios, sabe? Que tal
escrever um poema sobre algo que você perdeu e sente falta? Use palavras que te
façam sentir a emoção, seja ela qual for. A poesia é um espaço para a gente
colocar tudo para fora.
Poeta Hiran de Melo
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