Leituras poéticas – Capítulo 81
terra, Fogo, água e ar
Mistura
Por Majda Hamad Pereira
Sou negro, branco, mameluco
Sou produto do meio
De todo o mundo
Sou barro molhado, desfigurado
Sou o pé que pisa no asfalto molhado
Sou o sol, sou a chuva
Sou o tempo, a colheita da uva
Sou a terra, a água e o ar
E onde quer que vá
Chegarei pelo mar.
Reflexão – Uma leitura possível do poema:
Mistura
"Mistura"
de Majda Hamad Pereira é um poema que celebra a diversidade de um jeito
especial! A autora nos mostra que somos todos uma mistura de tudo: raças,
culturas, natureza... ela cria um eu lírico que se sente parte de tudo, que se
identifica com o mundo inteiro. É como se ela dissesse: "Eu sou tudo isso
e muito mais!"
Sou negro, branco, mameluco
Sou produto do meio
De todo o mundo
Sou barro molhado, desfigurado
Sou o pé que pisa no asfalto molhado
A estrofe inaugural
do poema nos apresenta um eu lírico multifacetado, cuja identidade se revela
como um mosaico de raças e culturas. A menção às cores 'negro, branco,
mameluco' e a afirmação de ser 'produto do meio' ressaltam a
influência do ambiente na construção da identidade. As imagens do 'barro
molhado, desfigurado' e do 'pé que pisa no asfalto molhado' evocam a ideia
de metamorfose e adaptação, sugerindo que o eu lírico é capaz de se moldar às
diferentes circunstâncias da vida, como um ser em constante transformação.
Sou o sol, sou a chuva
Sou o tempo, a colheita da uva
Sou a terra, a água e o ar
E onde quer que vá
Chegarei pelo mar.
A segunda estrofe
eleva a voz poética a um plano cósmico, onde a identidade se funde com a
natureza e o tempo. As referências aos elementos naturais 'sol, chuva, terra,
água, ar' e aos ciclos vitais 'tempo, colheita da uva' evocam uma visão
panteísta, onde o eu lírico se identifica com a totalidade do universo, como se
fosse parte integrante de sua essência. O verso final, 'E onde quer que
vá/Chegarei pelo mar', sugere a capacidade do eu lírico de transcender as
fronteiras físicas, de se manifestar em diferentes formas e de estar presente
em todos os lugares, como um ser em constante movimento e transformação.
Celebração poética da
diversidade
Mistura" de
Majda Hamad Pereira é uma celebração poética da diversidade e da identidade
multifacetada. Através de uma linguagem rica em metáforas e imagens sensoriais,
a autora constrói um eu lírico que se define pela sua capacidade de abraçar a
complexidade da existência. A fusão de raças, culturas e elementos naturais
presente no poema reflete a riqueza e a pluralidade da experiência humana,
convidando o leitor a refletir sobre a própria identidade e a sua relação com o
mundo.
A musicalidade dos
versos, aliada à ausência de rimas, confere ao poema um tom de fluidez e
liberdade, como se o eu lírico estivesse dançando no ritmo da vida, celebrando
a beleza da diversidade e a constante transformação do ser
Por fim
O verso final do
poema, 'E onde quer que vá/Chegarei pelo mar', encerra a obra com uma poderosa
mensagem de esperança e resiliência. A metáfora do mar, com sua vastidão e
força, simboliza a capacidade de superação e a persistência na busca por um
objetivo. O eu lírico, ao afirmar que chegará 'pelo mar', revela a sua
determinação em seguir em frente, independentemente dos obstáculos que possam
surgir. A imagem do mar também evoca a ideia de movimento e fluidez, sugerindo
que a vida é uma jornada contínua, onde a adaptação e a flexibilidade são
essenciais para alcançar os nossos sonhos.
Poeta Hiran de Melo
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