Leituras poéticas – Capítulo 73


terra, Fogo, água e ar

Vida

 

Por Majda Hamad Pereira

 

Nunca me dou por vencido

Pois meu corpo em combustão

Vive intenso oprimido

No meio de tantos

Pois fim a solidão

 

Se a terra irei voltar

Foi dela um dia que cheguei

Não sei a hora e lugar

Sei que a ela retornarei.

 

O peso que em mim carrega

É leveza de alma sincera

Pois me dou ao mundo

Coração aberto lá no fundo

Horizonte infinito

Gratidão em ser finito

Pela existência eterna.

 

Reflexão – Uma leitura possível do poema:

 

Vida

 

O poema "Vida", de Majda Hamad Pereira, convida a uma jornada introspectiva sobre a existência, as batalhas internas e a intrincada relação entre o eu e o mundo. A autora usa uma linguagem poética rica em metáforas e simbolismos, explorando temas universais como a busca por significado, a consciência da finitude e a profunda conexão com a terra e o cosmos.

 

Nunca me dou por vencido

Pois meu corpo em combustão

Vive intenso oprimido

No meio de tantos

Pois fim a solidão

 

A primeira estrofe do poema apresenta um personagem forte e determinado, que se recusa a desistir. A afirmação "Nunca me dou por vencido" mostra sua resistência diante dos desafios. A expressão "Corpo em combustão" é uma metáfora que representa tanto a energia vital quanto o sofrimento do personagem, sugerindo que ele está consumido por emoções intensas.

 

A estrofe também explora a tensão entre a força interior do personagem e a opressão que ele sente do mundo exterior. Ele se sente "oprimido no meio de tantos", revelando uma sensação de isolamento em meio à multidão.

 

A metáfora da "combustão" é fundamental para entender a intensidade da experiência do personagem. A estrofe aborda temas como resistência, solidão e a busca por conexão com os outros. A luta contra a alienação é um tema importante, mostrando que o personagem deseja se libertar do isolamento.

 

Se a terra irei voltar

Foi dela um dia que cheguei

Não sei a hora e lugar

Sei que a ela retornarei.

 

Na segunda estrofe, o poema nos leva a pensar sobre a vida e a morte como um ciclo. O personagem do poema aceita que veio da terra e que vai voltar para ela um dia. Ele não sabe quando isso vai acontecer, mas tem certeza de que vai retornar à terra.

 

A terra é um símbolo importante nessa estrofe. Ela representa tanto o lugar de onde viemos quanto o lugar para onde vamos. O personagem do poema vê a morte como um retorno à natureza, como se fosse parte de um ciclo natural.

A estrofe nos passa uma sensação de calma e aceitação. O personagem não tem medo da morte, mas a vê como algo natural. Ele se sente conectado com a natureza e com o universo.

 

O peso que em mim carrega

É leveza de alma sincera

Pois me dou ao mundo

Coração aberto lá no fundo

Horizonte infinito

Gratidão em ser finito

Pela existência eterna.

 

Na última estrofe, o poema nos mostra como o personagem principal encontra paz interior. Ele fala sobre sentir um "peso" que, na verdade, é uma "leveza de alma sincera". Isso quer dizer que, mesmo com os desafios da vida, ele se sente leve e em paz por ser honesto consigo mesmo.

 

O personagem também fala sobre ter um "coração aberto lá no fundo", o que mostra que ele é vulnerável e sincero em suas emoções. Ele olha para o "horizonte infinito", que representa todas as possibilidades da vida.

 

Uma das partes mais importantes da estrofe é quando o personagem diz que sente "gratidão em ser finito". Ele aceita que a vida tem um fim e, em vez de ter medo, ele se sente grato por ter a chance de viver. Ele acredita que, ao aceitar que é finito, ele se conecta com algo maior, como se fosse parte de uma "existência eterna".

 

Por fim

 

O poema "Vida", de Majda Hamad Pereira, é como uma viagem através da experiência humana. Ele nos mostra um personagem que enfrenta desafios, aceita a vida como ela é e se sente grato por tudo. A poetisa revela que a vida pode ser difícil, mas podemos encontrar paz e felicidade se formos sinceros conosco mesmos e com os outros, e se formos gratos por cada momento.

 

Poeta Hiran de Melo

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