Leituras poéticas – Capítulo 69
Cuidando das Raízes
Mainha e Painho
Por Majda
Hamad Pereira
Envoltos num mar
Medonho
Tivemos e temos vida
Lar e sonhos...
Encontrastes na vinda
O amor verdadeiro
Que chamas cheiro.
Somos sangues das duas castas
Somos almas dos teus encantos
Enquanto houver oceanos
Te amaremos, te amamos.
Reflexão – Uma leitura possível do poema:
Mainha e Painho
A obra poética
'Mainha e Painho' convida o leitor a uma imersão na experiência íntima da
família, promovendo uma reflexão sobre a importância dos laços afetivos na
construção da identidade. Ao celebrar a união dos pais, a autora desperta no
leitor emoções profundas, como a gratidão, o amor e a nostalgia.
Envoltos
num mar
Medonho
Ao evocar a imagem
do 'mar
medonho', a poetiza convida o leitor a uma reflexão sobre a
complexidade das relações humanas. Essa metáfora, além de sugerir os desafios
enfrentados pelos pais, realça a beleza e a força do amor que os une,
despertando no leitor emoções como a empatia e a admiração.
Tivemos
e temos vida
Lar e
sonhos...
Os versos 'Tivemos
e temos vida / Lar e sonhos...' constituem um
núcleo semântico fundamental do poema, expressando a importância da construção
familiar na formação da identidade individual. A repetição do verbo 'ter'
enfatiza a dimensão material e afetiva da vida construída pelos pais, que se
torna um referencial para os filhos, estabelecendo uma conexão entre passado,
presente e futuro.
A casa e os sonhos
compartilhados representam um espaço de memória e de pertencimento,
fortalecendo os laços familiares e a identidade coletiva, e contrapõem-se à
imagem do 'mar medonho', evidenciando a capacidade humana de superar
adversidades e construir um futuro repleto de esperança.
Encontrastes
na vinda
O amor
verdadeiro
Que
chamas cheiro
A associação entre
o 'amor verdadeiro' e o 'cheiro' constitui um recurso poético que amplia o
significado do termo 'amor'. A metáfora do cheiro, ao evocar sensações
profundas e indeléveis, revela a natureza visceral e essencial do amor
familiar, que se insinua em todos os aspectos da vida.
Somos
sangues das duas castas
Somos
almas dos teus encantos
A afirmação 'Somos
sangues das duas castas / Somos almas dos teus encantos' revela a complexidade da relação entre pais e
filhos. A metáfora do 'sangue' evoca a herança genética, enquanto a expressão
'almas dos teus encantos' destaca a influência espiritual e emocional exercida
pelos pais na formação da identidade dos filhos. Essa dualidade expressa a ideia
de que a identidade é construída a partir de um entrelaçamento de fatores
biológicos e culturais.
Enquanto
houver oceanos
Te
amaremos, te amamos.
A metáfora do
'oceano', associada à repetição do verbo 'amar', cria uma imagem poética que
expressa a profundidade e a perenidade do amor filial. O oceano, como símbolo
da imensidão e da eternidade, representa a força e a resistência do amor
familiar, capaz de superar quaisquer obstáculos.
Leituras...
A leitura do poema
'Mainha e Painho' provoca uma profunda comoção no leitor, ao celebrar a beleza
e a importância dos laços familiares. A autora, ao compartilhar sua experiência
pessoal, convida o leitor a uma jornada introspectiva, estimulando a valorização
das raízes e a construção de uma identidade pessoal fortalecida pelos vínculos
afetivos.
Por fim
Ao contrapor a
imagem do 'mar medonho' à celebração do amor familiar, a poetiza convida o
leitor a refletir sobre a capacidade do amor de transcender as dificuldades da
vida. Essa oposição cria um efeito dramático que intensifica a emoção expressa
no poema. No qual a poetiza, ao utilizar uma linguagem poética simples e
direta, evoca emoções universais, como o amor, a gratidão e o pertencimento,
convidando o leitor a uma reflexão sobre a importância da família na construção
da identidade individual.
Poeta Hiran de Melo
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