Leituras poéticas – Capítulo 64
Cuidando das Raízes
Chuva
Por Majda
Hamad Pereira
Chuva benção divina
Fazes encharcar essa terra seca
Alivia com as tuas águas
Barreiros tu fazes
Criadores de peixes
A sede tu matas
Tens este poder
Castigas o sertão
Enriquece o sul
Ó chuva!
Lembra-te da gente
De quem precisa beber a tua água
Criadora de vidas
Verde é a tua terra
Seca é a minha alma.
Reflexão – Uma leitura possível do poema:
Chuva
Através de uma
linguagem poética carregada de simbolismo, o poema "Chuva" explora a
relação entre o indivíduo e o cosmos, tendo a água como metáfora da vida, da
renovação e da espiritualidade. A simplicidade formal do texto contrasta com a
profundidade temática, revelando a força expressiva da poesia.
Simbologias
Vida e renascimento
A chuva, no poema,
transcende sua condição de fenômeno natural para se tornar um símbolo poderoso
da vida e da renovação. A imagem dos barreiros e a criação de peixes evocam a
capacidade regenerativa da água, associada à fertilidade e à abundância. A seca
da alma, por sua vez, contrasta com a fecundidade da terra, revelando a
dimensão espiritual da experiência humana e a busca por uma conexão mais
profunda com o cosmos.
Equilíbrio e justiça
A imagem da chuva
como agente regulador que castiga e recompensa pode ser interpretada como uma
metáfora para as dinâmicas sociais. O sertão castigado pode simbolizar as
regiões marginalizadas, enquanto o sul enriquecido representa os centros de
poder. A chuva, nesse contexto, reflete a desigualdade social e a busca por
justiça.
Sede Espiritual
A imagem da seca da
alma reflete a condição humana diante da vastidão da natureza. A chuva, ao
saciar a sede física e espiritual, simboliza a busca por um equilíbrio entre o
indivíduo e o cosmos, revelando a interdependência entre a natureza e a
existência humana.
Por fim
Ao explorar a
experiência individual diante da natureza, o poema "Chuva" revela uma
dimensão universal da condição humana. A simplicidade da linguagem e a força
das imagens utilizadas permitem que o leitor se identifique com as emoções e
reflexões do eu lírico, transcendendo as particularidades do contexto histórico
e cultural.
Poeta Hiran de Melo
Comentários
Postar um comentário